Projeto quer resgatar hortaliças não convencionais
(Foto: Divulgação / Epamig) |
A Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig),
em parceria com outros órgãos, como o Conselho de Segurança Alimentar e
Nutricional Sustentável de Minas Gerais (Consea-MG), está desenvolvendo o
projeto “Alimentação Saudável: Implantação de hortas caseiras e comunitárias”.
O objetivo é incentivar o resgate das chamadas hortaliças não convencionais,
que tiveram seu consumo diminuído por falta do produto no mercado em
consequência da mudança de hábitos alimentares. Dentro dessa temática, o
Consea-MG tem desenvolvido um trabalho de conscientização junto às associações
e comunidades visitadas pelos assessores técnicos.
Segundo a engenheira agrônoma da Epamig, Marinalva Woods
Pedrosa, hortaliças não convencionais são aquelas presentes em determinadas
localidades ou regiões, que exercem uma grande influência na alimentação de
populações tradicionais e que compõem pratos típicos regionais. “De um modo
geral, são hortaliças que em algum momento foram largamente consumidas pela
população e, por causa da mudança de comportamento alimentar, passaram a ter
expressões econômicas e sociais reduzidas. Elas foram, aos poucos, perdendo
espaço e mercado para outros produtos como tomate, cenoura, alface, por
exemplo, que são produzidos, hoje, em alta escala”, comentou.
Segurança alimentar
O projeto desenvolvido pela Epamig vem ao encontro dos
objetivos do Consea-MG, que tem como foco a garantia de uma alimentação
saudável, adequada e solidária, por meio do controle social das políticas e
ações públicas de segurança alimentar. Segundo a assessora técnica do
Consea-MG, Maria Isabel de Oliveira, uma das principais atividades do órgão é
incentivar as comunidades a resgatar os valores e os hábitos de uma alimentação
saudável, valorizando as culturas e os hábitos locais, fazendo uso de plantas
que, hoje, não são mais conhecidas ou valorizadas.
“As mudanças de hábitos alimentares e do cotidiano das
pessoas, que, hoje, por não terem mais tempo para fazer uma refeição adequada,
apelam para os chamados fast-food, fizeram com que as hortaliças não
convencionais fossem perdendo cada vez mais espaço e deixando de ser
cultivadas. Muitas dessas plantas são nativas, como o caruru, beldroega,
azedinha e serralha. Nem é preciso plantá-las em algumas regiões. Elas nascem
naturalmente, basta reconhecê-las para fazer o consumo, e, é claro que precisa
ser em local sem contaminação ou poluição”, comentou Maria Isabel.
Ainda segundo a assessora técnica, em muitas comunidades
rurais visitadas pelos técnicos do Consea-MG, pode-se notar que várias dessas
espécies são encontradas facilmente, mas, em sua maioria, são utilizadas para
alimentar as criações, como porcos e galinhas. “Essas plantas têm elevado poder
nutritivo e de baixo custo, não requerem muitos cuidados. Temos feito um
trabalho de incentivo às comunidades para que elas voltem a cultivar em seus
quintais e consumir essas hortaliças, que podem se transformar em pratos
saborosos e criativos”, finalizou.
Consea-MG
Criado em 1999 pelo Decreto n° 40.324 do governador do
Estado, o Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável de Minas
Gerais (Consea-MG) é um órgão colegiado de interação do poder público estadual
com a sociedade civil, vinculado ao Gabinete do Governador. Seu objetivo é
deliberar, propor e monitorar ações e políticas de segurança alimentar e
nutricional sustentável em Minas.
O conceito de segurança alimentar consiste na realização do
direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em
quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades
essenciais, tendo como base práticas alimentares promotoras da saúde que
respeitem a diversidade cultural e que sejam ambiental, cultural, econômica e
socialmente sustentáveis.
Para mais informações sobre as chamadas hortaliças não
convencionais, acesse AQUI (Arquivo pdf.).
Com informações de Agência Minas
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